terça-feira, 31 de março de 2009

Gota d'Água



Tudo o que existir para ouvir, ler ou assistir e que esteja directa ou indirectamente relacionado com o Chico Buarque, eu devoro.

No dia 9 de Maio lá estarei no CCB; se tiver metade da qualidade da Ópera do Malandro, que teve cá em Lisboa há três anos, já sairei de lá cantando e rindo.

A música que dá o título (ou a música que o título deu):

Zo


Grande, grande, grande; bem maior do que os seus 2 metros e 8.



Bonito.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Job Interview

Para quem desespera com as entrevistas de emprego (sim, é pra ti Tuco):

sábado, 28 de março de 2009

O azul dos teus olhos

A mulher que amo é culpada da crise!

A crise financeira internacional foi criada por “gente branca e de olhos azuis”, acusou ontem o Presidente brasileiro, Luis Inácio Lula da Silva.

Não se indignem, gente minha. Não é uma questão de atribuir culpa a uma "raça", mas sim de causar impacto com as palavras. O homem a seguir vai beber umas cachaças com o Gordon Brown, e é uma forma de ser incisivo, de pressionar antes da labuta. Acho bem.

Lula lá! Lula láaaa!

sexta-feira, 27 de março de 2009

Vaváio

É meu. Teve que ser.



Esta foi para dedicar ao Fred.

segunda-feira, 23 de março de 2009

sábado, 21 de março de 2009

Dia Mundial da Poesia



Diz que hoje é Dia Mundial da Poesia. Qualquer dia é um bom dia para eu recordar o poema que eu mais amo, do grande Vinicius.

O operário em construção

E o Diabo, levando-o a um alto monte, mostrou-lhe num momento de tempo todos os reinos do mundo. E disse-lhe o Diabo:
– Dar-te-ei todo este poder e a sua glória, porque a mim me foi entregue e dou-o a quem quero; portanto, se tu me adorares, tudo será teu.
E Jesus, respondendo, disse-lhe:
– Vai-te, Satanás; porque está escrito: adorarás o Senhor teu Deus e só a Ele servirás.
Lucas, cap. V, vs. 5-8.



Era ele que erguia casas
Onde antes só havia chão.
Como um pássaro sem asas
Ele subia com as casas
Que lhe brotavam da mão.
Mas tudo desconhecia
De sua grande missão:
Não sabia, por exemplo
Que a casa de um homem é um templo
Um templo sem religião
Como tampouco sabia
Que a casa que ele fazia
Sendo a sua liberdade
Era a sua escravidão.

De fato, como podia
Um operário em construção
Compreender por que um tijolo
Valia mais do que um pão?
Tijolos ele empilhava
Com pá, cimento e esquadria
Quanto ao pão, ele o comia...
Mas fosse comer tijolo!
E assim o operário ia
Com suor e com cimento
Erguendo uma casa aqui
Adiante um apartamento
Além uma igreja, à frente
Um quartel e uma prisão:
Prisão de que sofreria
Não fosse, eventualmente
Um operário em construção.

Mas ele desconhecia
Esse fato extraordinário:
Que o operário faz a coisa
E a coisa faz o operário.
De forma que, certo dia
À mesa, ao cortar o pão
O operário foi tomado
De uma súbita emoção
Ao constatar assombrado
Que tudo naquela mesa
– Garrafa, prato, facão –
Era ele quem os fazia
Ele, um humilde operário,
Um operário em construção.
Olhou em torno: gamela
Banco, enxerga, caldeirão
Vidro, parede, janela
Casa, cidade, nação!
Tudo, tudo o que existia
Era ele quem o fazia
Ele, um humilde operário
Um operário que sabia
Exercer a profissão.

Ah, homens de pensamento
Não sabereis nunca o quanto
Aquele humilde operário
Soube naquele momento!
Naquela casa vazia
Que ele mesmo levantara
Um mundo novo nascia
De que sequer suspeitava.
O operário emocionado
Olhou sua própria mão
Sua rude mão de operário
De operário em construção
E olhando bem para ela
Teve um segundo a impressão
De que não havia no mundo
Coisa que fosse mais bela.

Foi dentro da compreensão
Desse instante solitário
Que, tal sua construção
Cresceu também o operário.
Cresceu em alto e profundo
Em largo e no coração
E como tudo que cresce
Ele não cresceu em vão
Pois além do que sabia
– Exercer a profissão –
O operário adquiriu
Uma nova dimensão:
A dimensão da poesia.

E um fato novo se viu
Que a todos admirava:
O que o operário dizia
Outro operário escutava.

E foi assim que o operário
Do edifício em construção
Que sempre dizia sim
Começou a dizer não.
E aprendeu a notar coisas
A que não dava atenção:

Notou que sua marmita
Era o prato do patrão
Que sua cerveja preta
Era o uísque do patrão
Que seu macacão de zuarte
Era o terno do patrão
Que o casebre onde morava
Era a mansão do patrão
Que seus dois pés andarilhos
Eram as rodas do patrão
Que a dureza do seu dia
Era a noite do patrão
Que sua imensa fadiga
Era amiga do patrão.

E o operário disse: Não!
E o operário fez-se forte
Na sua resolução.

Como era de se esperar
As bocas da delação
Começaram a dizer coisas
Aos ouvidos do patrão.
Mas o patrão não queria
Nenhuma preocupação
– "Convençam-no" do contrário –
Disse ele sobre o operário
E ao dizer isso sorria.

Dia seguinte, o operário
Ao sair da construção
Viu-se súbito cercado
Dos homens da delação
E sofreu, por destinado
Sua primeira agressão.
Teve seu rosto cuspido
Teve seu braço quebrado
Mas quando foi perguntado
O operário disse: Não!

Em vão sofrera o operário
Sua primeira agressão
Muitas outras se seguiram
Muitas outras seguirão.
Porém, por imprescindível
Ao edifício em construção
Seu trabalho prosseguia
E todo o seu sofrimento
Misturava-se ao cimento
Da construção que crescia.

Sentindo que a violência
Não dobraria o operário
Um dia tentou o patrão
Dobrá-lo de modo vário.
De sorte que o foi levando
Ao alto da construção
E num momento de tempo
Mostrou-lhe toda a região
E apontando-a ao operário
Fez-lhe esta declaração:
– Dar-te-ei todo esse poder
E a sua satisfação
Porque a mim me foi entregue
E dou-o a quem bem quiser.
Dou-te tempo de lazer
Dou-te tempo de mulher.
Portanto, tudo o que vês
Será teu se me adorares
E, ainda mais, se abandonares
O que te faz dizer não.

Disse, e fitou o operário
Que olhava e que refletia
Mas o que via o operário
O patrão nunca veria.
O operário via as casas
E dentro das estruturas
Via coisas, objetos
Produtos, manufaturas.
Via tudo o que fazia
O lucro do seu patrão
E em cada coisa que via
Misteriosamente havia
A marca de sua mão.
E o operário disse: Não!

– Loucura! – gritou o patrão
Não vês o que te dou eu?
– Mentira! – disse o operário
Não podes dar-me o que é meu.

E um grande silêncio fez-se
Dentro do seu coração
Um silêncio de martírios
Um silêncio de prisão.
Um silêncio povoado
De pedidos de perdão
Um silêncio apavorado
Com o medo em solidão.

Um silêncio de torturas
E gritos de maldição
Um silêncio de fraturas
A se arrastarem no chão.
E o operário ouviu a voz
De todos os seus irmãos
Os seus irmãos que morreram
Por outros que viverão.
Uma esperança sincera
Cresceu no seu coração
E dentro da tarde mansa
Agigantou-se a razão
De um homem pobre e esquecido
Razão porém que fizera
Em operário construído
O operário em construção.

segunda-feira, 16 de março de 2009

O Homem dos 200 Batuques



É incrível como certas pessoas de mérito passam a vida toda na sombra.

Nunca tinha ouvido falar no Paulinho da Costa (acredito que não seja o único), no entanto, já devo ter ouvido centenas de músicas com a batida dele.

O homem é um dos músicos mais requisitados do mundo; toca mais de duzentos instrumentos de percussão e já participou em músicas de artistas tão diversos quanto Michael Jackson, Bob Dylan, Madonna, Sting, Whitney Houston, Red Hot Chili Peppers, Offspring, etc, etc, etc...

A filmografia inclui a Academia de Polícia, os Gremlins, Flashdance, Missão Impossível, Virgem aos 40, etc, etc, etc...

Quando é que passa a Paulão?

P.S.: Descobri esta informação revisitando BAD, do eterno MJ, vendo o nome do Paulinho nos créditos. Vejam a versão completa do clip (15 minutos), que é uma curta-metragem realizada pelo Scorcese e com um então emergente puto Wesley Snipes. Vale sempre a pena.

Vassourada

Sem tréguas!

Ainda hão-de tentar manipular mais esta iniciativa, com certeza; já vejo o Pipinho amanhã a dizer que tentaram lhe matar à vassourada, ou que a iniciativa visava o seu empalamento...




O período de contestação no Sporting está longe de terminar. Esta tarde, um grupo de adeptos entregou no edifício Visconde de Alvalade 13 vassouras, para, justificaram, limpar o piso em que está instalada a administração da SAD «leonina».

O referido grupo de adeptos apresentou-se à porta do edifício com faixas de protesto, mas a intenção era mesmo entregar as 13 vassouras ao serviço de limpezas, número que coincide com a entrada de José Roquete. «Desde então, o clube ficou sem nada, passou-se tudo para a SAD», afirmou um dos adeptos, que considerou ainda «o treinador e os jogadores os menos culpados de toda a actual situação».

in A Borla

Parece que algumas das faixas eram:
- P. S. PIDE ?! S. C. PIDE ?!
- LIMPEZA NO PISO 7
- A MÁSCARA CAIU
- SPORTING PRIVADO ?? NÃO OBRIGADO!!

EDIT: Eis o vídeo

domingo, 15 de março de 2009

Mocca Branco



Cuidado. EXTREMAMENTE VICIANTE!

sábado, 14 de março de 2009

quarta-feira, 11 de março de 2009

Fundo do Fundo do Poço



Esperei que o dia de hoje terminasse para ver se acontecia alguma coisa.

Estava com esperança que não escapassem incólumes. Mas assim caminha a mediocridade no reino (?) do leão...

Quando se começam a aceitar coisas destas, é o descalabro. Definitivamente, estão a matar o Sporting. Quanto mais tempo levarmos a correr com aquela corja de lá, mais perto estaremos do abismo.

Por outro lado, leiam este excelente artigo do Telegraph, onde conseguem sintetizar muito bem a nossa triste realidade...

terça-feira, 10 de março de 2009

Festival Internacional de Chocolate



Hoje estive rodeado de gajas em Óbidos, no Festival do Chocolate. A amada amada, a amada irmã, a amada sobrinha e a amada cunhadinha.

Gostei, mas só por ser em Óbidos, que vale sempre a pena. A decoração, a animação e as esculturas estavam engraçadas, mas nada por aí além, e o mar de gente e confusão não me cativaram. Muito menos a gravação do "Portugal no Coração" com o cromo do João Baião!

Além disso, eu fui lá para me encher de chocolate, mas eles são forretas, não dão nada. Como eu forreta sou, não lhes comprei nada (não vou contabilizar um magnum branco, é trivial). De qualquer das formas, dá a impressão que um gajo sai de lá cheio na mesma, só com o cheiro, é um fenómeno curioso.

O atelier de chocolateria da casa das crianças não posso avaliar, não me deixam entrar, apesar da minha visível juventude. No entanto, elas parecem gostar.

Só para implicar mais um bocado: o "internacional" é enganoso, é tudo tuga.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Brumas da Memória

Trabalhei com Sacadura Cabral muitos anos em África, em estudos geográficos. Em 1913 encontravamo-nos na fronteira de Baroce. Éramos astrónomos ambulantes... Um dia ouvimos os pretos comentar as nossas actividades: "os brancos nunca se perdem porque à noite perguntam a Deus onde estão." Rimo-nos da sua infantilidade, porque o que nós fazíamos à noite era observar as estrelas! E é tudo.
(Gago Coutinho)



Coutinho à esquerda, Cabral à direita

No dia 30 de Março de 1922, partiram de Lisboa Gago Coutinho e Sacadura Cabral, com destino àquela que viria a ser a primeira travessia aérea do Atlântico Sul.

O percurso envolveu passagens pelas ilhas Canárias, pelos arquipélagos de Cabo Verde e de Fernando de Noronha, e inúmeras dificuldades e reparações no hidroavião que pilotavam. Pelo caminho, inventaram os meios de "navegar pelo ar com a precisão que se navegava pelo mar".

A 17 de Junho de 1922 foram recebidos como heróis (que eram) na Baía da Guanabara por uma multidão apoteótica, à boa maneira carioca.

O lugar de onde partiram, a antiga Aviação Naval, em Belém, foi recentemente demolido para dar lugar ao Altis Belém Hotel & Spa©, à boa maneira portuguesa.

Sinceramente, tenho ideia de que este facto é mais recordado no Brasil do que em Portugal, fruto do imenso valor que por lá se dá ao Santos Dumont (o "Pai da Aviação"), grande amigo dos dois ilustres "Portugas".

Lembrem-se deles quando reclamarem das muitas horas de viagem até ao Rio, com o rabo refastelado no banco fofinho, a lerem a Veja e a ouvirem a rádio de bordo...

domingo, 8 de março de 2009

Dia da Mulé

Ainda na senda de Millôr Fernandes, algumas deixas do mesmo sobre a Mulher:

  • Mulheres são criaturas que se ignoram com o máximo de atenção.

  • Por mais que a gente acredite numa mulher, ela sempre acaba fazendo algo inacreditável.

  • De que serve mentir a idade, se a tua cara já está tão cheia de biografia?

  • Amizade é aquilo que uma mulher sente por outra quando ambas detestam uma terceira.

  • A primeira coisa que uma mulher observa num homem é se ele a observa.

  • Uma mulher perdida não passa de uma mulher muito encontrada.

  • Um homem deve fazer sempre o que bem entende, já que a mulher só faz o que nem entende.

  • A mulher que se entrega sem casar... eis a arte pela arte.

  • Era uma dessas mulheres que só dizem o que pensam. Por isso, às vezes, ficava dias e dias sem dizer uma palavra.

  • A diferença entre uma compra masculina e uma compra feminina é que, em geral, o homem paga o dobro do que o artigo vale e a mulher consegue pagar metade do que o artigo não vale.

  • A mulher nunca acha que sacou de mais: ela acha sempre que o marido depositou de menos.

  • Hoje em dia chama-se de mulher fiel aquela que trai sempre o mesmo homem.

  • Há homens que devem à esposa tudo o que são, mas em geral, os homens devem à esposa tudo o que devem.

  • Dizia uma - Que magnífico vestido esse teu, querida! Nunca me canso de admirá-lo! Cada ano que você o usa eu o acho mais bonito!
    Dizia a outra - Esse tecido que você está usando também é uma beleza! Porque você não o transforma em vestido?

sábado, 7 de março de 2009

Millôr Fernandes


Demorei 22 anos da minha vida a tomar contacto com a deliciosa escrita de Millôr Fernandes. Sacrilégio!

Até me sinto envergonhado de escrever qualquer coisa sobre alguém que brinca (literalmente) com a língua portuguesa com tamanha mestria. Assim sendo, desta vez vou copiar feito:

"Encerrados na província, dramaticamente ocupados a polir a nossa albarda, somos literalmente atropelados por Millôr.
Pela inteligência do homem: uma ironia gentil, um pessimismo brando, a tristeza própria de quem ri para não chorar.
E então descobrimos que o português escrito é um pedaço de barro com possibilidades infinitas".
por João Pereira Coutinho

Estou começando pelas Fábulas Fabulosas, espero devorar tudo o resto nos próximos tempos. Um cheirinho aqui.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Saga da Amígdala, parte MMMMCMXCIX

Já fui ao otorrino.

Para começar, levei outra vez no rabo, porque a tal amigdalite ainda não está curada.

Além das amigdalites de repetição, tenho outro problema nas amígdalas; umas coisinhas brancas fedorentas que se vão formando na minha garganta, que eu supunha serem das amigdalites e a que vulgarmente chamamos pus, afinal é uma coisa mais chique, chamada Caseum (do latim Caseus, queijo!).


Nhame nhame, queijinho!

A própria estrutura das minhas amígdalas propicia o cultivo destas iguarias; basicamente, as merdas que eu como vão se acumulando nas criptas das amígdalas e vão apodrecendo.

Nos próximos tempos vou andar "lavando" a garganta com solução Betadine para gargarejo, continuar o resto dos tratamentos e ver como as coisas correm. O Dr. desta vez disse que se continua mesmo assim, vamos começar a pensar na cirurgia.

Wish me luck.

terça-feira, 3 de março de 2009

Golazo!

Mas ninguém me dizia nada deste golo??? C'um Catania!



E atenção: isto é um grande derby siciliano, e o cabrão rematou com intenção! Mamma mia!!! Vafanculo!

segunda-feira, 2 de março de 2009

Levei no cú

Levei mais uma vez no cú. Literalmente.

Hoje levei a primeira injecção de penicilina deste ano. No ano passado, tive 7 amigdalites; em todas elas, receitaram-me injecções de penicilina, sendo que em algumas dividiram a toma em duas doses (consoante o médico que tá de plantão).


Tão bonita que ela é no papel...

Esta quinta-feira tenho mais uma consulta com o otorrinolaringologista, que diz que preencho os requisitos para uma extracção, mas pretende imunizar-me antes de pensar na operação. Vamos ver. Desde que me conheço como gente que é assim.

Até lá, quem se candidata a realizar uma amigdalectomia caseira? O Gimbras diz que o assunto se resolve com um cutelo.

PS/Prevenir discussões:
Eu sei que cú não leva acento por ser um monossílabo tónico etc etc. Mas acho que a palavra fica mais forte, e o cú é meu, escrevo como quiser.